“Pierre Musso ao realizar um retrospecto da palavra rede encontra sua primeira utilização no século XII na língua francesa (réseau), vindo do latim retiolus, empregado com o sentido de designar redes de caça e pesca ou na técnica de produção de tecidos e outras formas de artesanato com o entrelaçamento de fios.
Descartes no Tratado do Homem, emprega o termo rede para descrever a superfície do cérebro (“sua superfície como uma renda, uma rede de fios entrelaçados muito densa”).
A partir do século XVII, o termo passa a ser utilizado amplamente por médicos para designar as fibras e o aparelho sanguíneo que compõem o corpo humano. Em filosofia Diderot (Le Rêve de d’Alembert) numa construção analógica entre natureza, corpo e sociedade aparece a comparação entre rede controlada por seu centro e a rede submetida à sua periferia. Nas ciências naturais, o termo começa a ganhar força nas construções teóricas que comparam o funcionamento da natureza e do corpo humano a uma lógica de entrelaçamento e de ligação. Em Bichat (1771-1802), temos a noção de pele- rede, “limite sensível que liga a existência a tudo que rodeia” (MUSSO, 2004).
No século XVIII surge uma espécie de ciência das redes aplicada ao estudo da mineralogia, a fim de desenvolver o estudo dos cristais, no entanto, somente na virada para o século XIX é que a noção de rede ganha um estatuto exterior ao corpo ou aos elementos naturais. A rede está fora do corpo e pode ser construída:
“O corpo será até mesmo tomado pela rede técnica enquanto se desloca nas suas malhas, no seu território. De natural, a rede vira artificial. De dada, ela se torna construída. (…) A rede pode ser construída, porque ela se torna objeto pensado em sua relação com o espaço. Ela se exterioriza como artefato técnico sobre o território para encerrar o grande corpo do Estado-Nação ou do planeta.”
Essa análise coloca a geografia na trajetória da noção que a rede adquiriu com o passar do tempo, pois cria uma relação direta entre o homem e seu lugar, suas ações, seu movimento. A espacialidade que qualifica sua relação com o meio ganha novos contornos. A idéia de fluxo, ligação, aparece num processo de desmaterialização, um vínculo invisível dos lugares visíveis, segundo Musso.
Não é por acaso que nesse período multiplicam-se as representações geométricas do território, graças à triangulação do espaço em redes, onde engenheiros-geógrafos, normalmente oficiais militares passam a empregar o termo para designar técnicas de construção de mapas e empreender estratégias de transporte e comunicações, inaugurando uma acepção moderna do tema.
As diferentes formalizações do pensamento da rede como ordem e racionalidade desenvolvidas pela geometria constituíram o prenuncio de uma operacionalização do conceito como artefato fabricado por engenheiros para cobrir o território. A rede é objetivada como matriz técnica, infra estrutura itinerária, de meios de transporte e telecomunicação, imprimindo novas relações de espaço e tempo.”
(Cf. Cardoso Jr., Amadeu. A dimensão geográfica da Internet no Brasil e no Mundo. FFLCH-USP: Dissertação de Mestrado, 2008)
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