design na puc

elevador

Este semestre, os trabalhos das disciplinas Design Gráfico e Editoração (Graduação em Multimeios), Imagem Digital (Graduação em Publicidade) e Fundamentos do Design Digital (Pós-Gradução em Tecnologias da Inteligência e Design Digital) partiram de uma proposta comum: desenvolver protótipos para instalação nos corredores ou no entorno dos campus Monte Alegre e Marquês da Paranaguá da PUC-SP, a partir do tema A comunidade PUC e sua relação com a cidade (mais detalhes em http://bit.ly/18si4Z6).

Com ajuda de Coordenações de Curso e das Prefeituras de Campus, foi possível conseguir material de pesquisa relevante, e dispor de espaços como o elevador do Campus Monte Alegre — que se transformou numa grande superfície para a aplicação de padrões coloridos e tipografia, no trabalho realizado por Amanda Martinelli, Bárbara Exposto e Thais Viana. O panorama abaixo ilustra o resultado, mas não é um registro preciso (ficou bem difícil de fotografar o resultado!).

Conforme o texto explicativo entregue com o relatório de execução da proposta, a intervenção “consistiu na encapagem colorida do elevador que sobe até o quinto andar, a fim de trazer mais vida a um ambiente cinza e rotineiro”. Amanda, Bárbara e Thais explicam que as “frases distribuídas pelo elevador reforçaram o conceito de descontração que o trabalho propunha, pois eram frases que remetiam conversas (conversas na maioria das vezes sem-graça), que costumeiramente são feitas dentro desse ambiente. Porém, ao serem expostas, tornaram-se até cômicas”.

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Documentação da intervenção gráfica proposta no elevador do Campus Monte Alegre, por Amanda Martinelli, Bárbara Exposto e Thais Viana.

Outro trabalho desenvolvido foi a intervenção no Bicicletário desativado, que fica na Rua Ministro Godoy, mas não pode ser usado (como vários outros do mesmo tipo infelizmente abandonados em diferentes espaços da cidade, como a estação de metrô Vila Madalena). Criada por Camila di Lucca, Felipe Kfouri e Mauro Santos, a ação foi pautada neste abandono de equipamentos públicos que mal chegam a ser usados, apesar de sua importância para a cidade e dos custos envolvidos em sua compra e instalação. O grupo afirma que dediciu “fazer uma intervenção de arte urbana relacionando a PUC e o bicicletario, com o objetivo de chamar a atenção ao fato de haver na entrada de nossa PUC-Comunidade um espaço que nos pertence e não podemos acessar”.

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Camila di Lucca aplica stencil no bicicletário abandonado em frente ao campus Monte Alegre. Felipe Kfouri joga tinta em cima do bicicletário: a ação do grupo misturou várias técnicas de arte urbana, em sintonia com experiência contemporâneas de ativismo no espaço público.

Débora de Jesus, Luisa Coutinho e Paloma Gomes criaram peças gráficas com objetivo de chamar atenção para defeitos estruturais no prédio da PUC. Conforme o grupo, as “peças se centram na figura de uma personagem descontraída em posições irreverentes utilizando uma abordagem de humor e ironia. A escolha de um animal amigável diz respeito ao intuito de aproximar a comunidade da PUC ao problemas apontados pela intervenção gráfica, assim como demonstrar a atitude da comunidade perante o problema, de forma irônica”.

 

Uma das alunas usa uma máscara de Stencil para aplicar na parede do prédio o personagem criado pelo Grupo. Mergulho: o personagem criado por Débora, Luisa e Paloma mergulha numa poça d´água no quinto andar do Campus Monte Alegre.

Janaina Siqueira, Luisa Vasconcellos e Luiza Facchin fizeram um impressão de grande escala que simula uma lousa, próximo de onde ficava a antiga lanchonete da FAFICLA. Elas contam que a “intervenção pretende, ao propor a pergunta “O QUE VOCÊ APRENDEU HOJE?”, estimular o questionamento acerca do papel da instituição da universidade e sua contribuição para a evolução da sociedade e do indivíduo. O tema surgiu a partir de discussões a respeito de como a universidade compartilha o conhecimento criado dentro dela e de que forma ele exclui o conhecimento gerado fora dos círculos acadêmicos. A pergunta pretende gerar respostas das mais diversas, que abranjam desde o conhecimento acadêmico, popular e psicológico.”

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Stencil utilizado para a elaboração do projeto. No texto de defesa das peças criadas, o grupo afirma: “Optamos por utilizar uma fonte reta e sem serifas, para seguir a estética desse meio. Utilizamos papel cartão, estiletes e tinta guache branca, por ser uma cor que se destaca em fundo escuro e por fazer parte da estética do quadro-negro utilizado em salas de aula pelo mundo”.

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“O que você aprendeu hoje?”: quem passou diante da lousa criada pelos alunos de Multimeios pode se manifestar a respeito da rotina na Universidade.

Isadora Manzaro, João Rheingantz e Marina Plaisant propuseram uma campanha de difusão dos conteúdos da Videoteca, para que os alunos conheçam melhor os materiais nos acervos pertinentes aos seus cursos. O grupo explica que a “ideia do projeto era divulgar o acervo da Videoteca de uma forma que fosse direcionada pra áreas de estudo da universidade – principalmente no campus perdizes, onde o trabalho seria aplicado. Pensamos em fazer um conteúdo direcionado para chamar atenção, caso contrário as pessoas passariam e ignorariam o que tínhamos pra dizer. Fizemos cartazes em A3 em que estavam escritos ‘você conhece a Videoteca?’, para questionar a consciência de quem passasse pelos cartazes em relação a Videoteca, pois já sabíamos que muitas pessoas não fazem ideia de sua existência. Através de um QR Code, que redireciona para um site com o conteúdo selecionado, pudemos ver que quase 40 pessoas entraram no site entre os dias 17 e 20 de novembro.”

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Material gráfico e QR-CODES criados pelos alunos de Multimeios, em diferentes pontos do Campus Monte Alegre.

Inspirados pela obra “Jardim das Delícias”, do artista holandês Hieronymus Bosch, Guilherme Meneghetti, Pâmela Oliveira e Verônica Marchi Costa criaram uma ouvidoria móvel na Prainha, um dos espaços de circulação mais movimentados do Campus Monte Alegre. O grupo explica: “Como em toda grande comunidade, a PUC-SP também tem seus problemas. Nosso intuito, portanto, foi querer ouvir a comunidade puquiana, tanto os problemas, como também as virtudes. De quebra – e por que não? – também a fim de ouvir segredos, sentimentos e desabafos que a vida tumultuada de um estudante universitário de uma grande metrópole impossibilita compartilhar com alguém.

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Aluno de Multimeios usa o megafone disponível para quem passou pela Prainha durante a intervenção “Te Ouço” para declamar um manifesto sobre o conceito de reclamar.

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Ouvidoria em dois momentos: o grupo trabalha para criar a peça principal do projeto; cartazes espalhados pelo Campus direcionam as pessoas para a Prainha, durante a intervenção.